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O diretor Ariel Cohen se baseou na obra Pinocchio, de Carlo Collodi, para montar um espetáculo sobre a infância no nordeste brasileiro. O texto da obra italiana foi abrasileirado com elementos do cordel e com uma linguagem tipicamente nordestina. Em uma divertida paródia, o diretor leva ao público infantil uma comédia de inquestionável qualidade artística, ingênua e surpreendente.

SINOPSE

Seu Zé Preto (Gepeto) é um sertanejo que, apesar de idoso, ainda trabalha no corte de cana com a sua neta mais velha de 11 anos. Seu Zé Preto possui ainda outro neto, Pinocco, de 6 anos, mas ele não deixa o menino acompanhá-los no trabalho. Seu sonho é que Pinocco estude e vá para a cidade grande virar doutor.

No entanto, Pinocco não estava mais frequentando a escola, talvez pela grande distância que a separava de sua casa, talvez pelo seu estado de subnutrição e verminose, que o deixava desanimado. A professorinha, ao perceber a ausência de Pinocco nas aulas, resolve procurar Seu Zé Preto um dia de manhã bem cedo, antes que ele fosse para o corte de cana iniciar mais um dia de trabalho.

A professorinha leva com ela o livro Pinocchio, de Carlo Collodi e, antes que o pau de arara aparecesse ali para levar todos para o trabalho, senta-se em um caixote de feira e começa a contar a história para os presentes. Os personagens vão, então, ganhando vida em uma aventura espetacular junto a uma caravana de circo que passa pela cidade.

Emoção, lirismo e uma pitada de humor tornam este espetáculo primoroso em dias tão velozes que fazem as crianças se esquecerem do valor que é ser criança.

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COMO SURGIU O ESPETÁCULO ?

    Ao desembarcar no Terminal Tiete em São Paulo, o diretor Ariel Cohen presenciou uma família inteira de nordestinos descendo suas bagagens embaladas em caixas de papelão e sacolas de ráfia. Era de se esperar apenas um homem, que trabalharia a fim de enviar dinheiro para a sua família até conseguir trazê-la para perto, mas ali estavam também mulher, filhos e uma idosa que parecia ser a matriarca da família. Ariel os viu descer do ônibus, empurrados pela fome, pela seca, pela dor, e ele sabia que a metrópole acabaria por engolir os sonhos dessa gente recém-chegada em busca de oportunidades. Essa cena o emocionou demais e ele sentiu que precisava falar sobre o tema. Decidiu, então, montar um espetáculo teatral para crianças que abordasse a questão pesada do êxodo rural e do sonho do imigrante na perspectiva infantil, de uma forma leve e em forma de comédia.

    Para contar a história, o diretor escolheu a obra italiana de Pinocchio e a adaptou para a realidade do sertão. Pinocchio  era um boneco de pau que queria ser criança, e Pinocco, por sua vez, era um menino de pele e osso que queria, também, ser criança. Isso porque, no sertão nordestino, algumas crianças não sabem o que é ser criança. Algumas magras como galhos secos, definham sem sonhos nesta terra seca e escaldante com um solo árido como o coração de quem detém o poder de mudar esta realidade e não o faz.

SOBRE O ESPETÁCULO ?

O espetáculo Pinocco mistura bonecos e atores e traz em sua paleta de cores o bege alaranjado do sertão contrastando com o colorido das roupas dos personagens que surgem do livro da professorinha. Através de emboladas e repentes, a narrativa de Carlo Collodi é transposta para o cordel, transformando Pinocchio em uma verdadeira manifestação cultural múltipla dos seres e saberes míticos do sertão brasileiro. Com trilha sonora ao vivo e um fantástico show de luzes em cena, Pinocco diverte e emociona o público, o que rendeu ao diretor Ariel Cohen o prêmio revelação do Festival de Teatro Infantil de Curitiba, o prêmio Patativa do Assaré de Literatura de Cordel e o prêmio de melhor direção no Festival de Teatro da Cidade do Rio de Janeiro, onde também foi indicado aos prêmios de melhor ator, cenário e figurino.

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